A habilidade para sentir é bela

Um desenho em espiritual e uma aula em exposição

A habilidade para sentir é bela disse Sister Corita Kent, perguntando-se porque apreciamos e expressamos tantas vezes agrado quando alguém pensa bem e se não o deveríamos fazer também, mais frequentemente, sobre quem sente bem, valorizando assim a habilidade de sentir.

A faculdade de sentir vem da nossa capacidade de relação com o mundo através dos sentidos, sentir é um movimento do corpo face ao mundo, uma possibilidade de dança com o que nos rodeia, porque pelos sentidos nos aproximamos focando: o nariz aproxima-se do que quer cheirar, o corpo curva-se para ver mais perto, a cabeça inclina-se aproximando o ouvido da escuta…) captando luz-energia a partir do que e de quem e do quê nos rodeia.

A atenção através dos sentidos, intensifica e muda a experiência que temos do mundo, de nós próprios e dos outros. E mais importante: muda porque nos inspira. Porque nos acorda. Quando a inspiração acontece o mundo torna-se uma paisagem larga (assim como alarga a nossa caixa toráxica ao respirarmos); um mundo em que tudo pode ser outra coisa, um mundo em que o desenho é movimento,
onde o fixar é uma suspensão, uma forma que imediatamente se desfaz, porque este desenho que falo é um desenho espiritual.

Uma relação inspirada entre os sentidos e o sentir, uma interacção feliz entre o espaço interior e o espaço exterior ao corpo. O desenho espiritual acontece – entra e sai de nós reciclando o real, ligando-o ao sonho e ao imaginário.

Exposição

08 Novembro a 02 Dezembro 2016
Espaço PT Andrade Corvo, Fundação PT


Stereo , 2002 , Ultrachroma sobre papel Somerset Velvet (255g), 61 x 107 cm